Tópicos
Acidente vascular cerebral (AVC)
também chamado de derrame cerebral é a morte de parte do tecido do cérebro por falta de sangue na região. Pode deixar seqüelas na dependência da localização e da extensão do mesmo. O chamado derrame hemorrágico ocorre quando o infarto cerebral se associa a sangramento, o que geralmente é um quadro grave.
Aneurisma
É a dilatação localizada de uma artéria ou veia, que pode levar a complicações graves na dependência de sua localização, como a trombose, embolia e principalmente à rotura do vaso, causando hemorragias graves.
Angiologia
É a parte clínica da medicina que estuda a circulação periférica e trata suas doenças.
Angiografia
Exame contrastado da circulação feito através de cateteres para o estudo de determinada região. Pode ser uma arteriografia (estudo arterial) ou uma flebografia (estudo venoso).
Angioplastia Transluminal Percutânea
É o procedimento no qual uma estenose (estreitamento) em um vaso sanguíneo é dilatada com um balão, podendo ser associado ou não ao uso de um stent.
Angioressonância
Estudo circulatório feito por ressonância nuclear magnética com contraste.
Angiotomografia
É o estudo da circulação de determinada região feita através de tomografia computadorizada, com o uso de contraste. Dá também informações sobre estruturas não relacionadas à circulação.
Anticoagulação Oral
Existem situações clínicas que exigem que a coagulação sanguínea seja diminuída, com finalidade de tratar determinada doença (trombose) ou preveni-la. Até há alguns anos a medicação mais utilizada para tanto era a Warfarina (Marevan, Coumadin) que, no entanto, era de difícil administração por exigir constantes controles de sua atividade no sangue. Recentemente têm surgido novos anticoagulantes para uso oral que dispensam estes controles do coagulograma. O que vem sendo mais utilizado em nossa prática diária é a Rivaroxabana (Xarelto).
Quando se está sob o efeito de anticoagulantes existe, é claro, uma possibilidade aumentada de sangramento: assim, no período menstrual o sangramento pode vir aumentado. Um corte vai sangrar mais do que habitualmente. Evite ao máximo ferir-se. Não tome injeção intramuscular, pois há possibilidade de formar-se hematoma. Quando necessária a injeção deve ser endovenosa. No caso de sangramento significativo durante o uso de anticoagulantes, procure o Pronto Socorro.
Aorta
É a maior artéria do nosso corpo, sai do coração e distribui o sangue por todo o organismo através de seus ramos.
Artéria
Vaso sanguíneo que conduz sangue oxigenado, saindo do coração e distribuindo-o pelos tecidos. A exceção são as artérias pulmonares, que levam o sangue para ser oxigenado no pulmão.
Aterosclerose
É uma doença inflamatória crônica que atinge as artérias do corpo inteiro, causando espessamento das paredes arteriais e diminuição de sua luz, por onde circula o sangue. Progride com oclusão arterial que pode ser crônica, ou aguda, pela trombose. Há vários fatores de risco que fazem a aterosclerose afetar uma pessoa de modo mais precoce e intenso, sendo os principais:
Hereditariedade - há famílias que têm grande propensão ao infarto do miocárdio ou ao derrame cerebral (AVC) ;
Idade - os sintomas e sinais da aterosclerose costumam aparecer a partir da sexta década de vida; no entanto o quadro pode estar se instalando bem antes disso.
Tabagismo - o cigarro é muito importante como fator de piora, pois agride a parede dos vasos ao mesmo tempo que aumenta a viscosidade sanguínea.
Dislipidemia - o nível elevado do colesterol, notadamente o LDL (colesterol ruim) deve ser combatido pela dieta, medicação e atividade física
Hipertensão arterial e Diabetes são fatores de extrema importância, que podem ser controlados, dificilmente curados.
A aterosclerose é, nos países ocidentais, a principal causa de morte, através dos infartos do miocárdio e acidentes vasculares cerebrais (derrames). Causa ainda numerosas outras complicações como aneurismas, amputações e outros.
Não há um tratamento específico para a aterosclerose; é fundamental o controle dos fatores de risco em associação aos medicamentos, para deter sua evolução.
O tratamento invasivo, seja ele cirúrgico ou endovascular, corrige uma lesão específica, localizada. Não trata a doença, que é sistêmica, ou seja, do organismo como um todo, e que deve ser seguida clinicamente de maneira contínua.
Bypass
É a famosa ponte, feita com veia safena ou prótese, para levar sangue de um vaso a outro que tenha a circulação comprometida
Cava
É a maior veia do organismo - na verdade são duas, uma superior e uma inferior: recolhem o sangue, levando-o ao coração.
Cateter
Tubo flexível introduzido na circulação com finalidade diagnóstica ou terapêutica (tratamento de lesões).
Cirurgia Vascular
Especialidade médica que trata a circulação periférica (do pescoço aos pés) através de intervenções cirúrgicas ou de técnicas de cateterismo - esta, a chamada Cirurgia Endovascular, ou seja, feita por dentro do vaso.
Dor nas Pernas
A maioria das pessoas ativas, que trabalham ou têm afazeres na maior parte do dia, acabam tendo dor nas pernas. As causas são múltiplas e muitas vezes se associam: falta de exercício (tônus muscular insuficiente), excesso de peso, má postura, problemas de coluna, osteoporose, artroses, reumatismos, tipo de calçado inadequado à atividade, manutenção de mesma posição por longo tempo (ex: viagens), tipo de assento (poltrona, cadeira), tipo do colchão em que se dorme e muitas outras.
Os problemas de circulação, incluídas as varizes, podem ser causa de dor na perna, mas não tão comumente como se pensa. Para que cheguem a causar dor é necessário que sejam varizes calibrosas, numerosas ou então complicadas por flebite ou outras. A dor vai se manifestar mais freqüentemente no fim da tarde, em geral acompanhada por edema (inchaço) nos tornozelos. Os problemas arteriais, mais graves, em geral começam a se manifestar por dor que aparece quando a pessoa anda uma determinada distância e melhora com alguns minutos de repouso.
De maneira geral são válidas as seguintes regras:
-Se você não faz exercícios regulares, faça.
-Se está acima do peso ideal, emagreça.
-Se tem que ficar longos intervalos de tempo parado, movimente as pernas de alguma maneira.
-Se tem dor nas costas ou quadris procure avaliar sua coluna.
-Preste atenção à sua postura, sentando de maneira a manter a coluna reta.
-Evite saltos muito altos por longos períodos de tempo.
Na dúvida, converse com seu médico.
Eco-doppler
Modalidade de exame ultrassonográfico que enxerga as formas internas ao mesmo tempo em que detecta e mede o fluxo sanguíneo nas artérias e veias
Edema
Acúmulo de liquido tecidual (inchaço) que pode ser localizado ou difuso no organismo. O edema das pernas, o mais comum, pode ter causa local, na circulação das pernas, ou causa sistêmica, ou seja, do organismo.
Embolia
Ocorre quando um elemento estranho ao sangue (trombo, gordura, corpo estranho como, por exemplo, um projétil de arma de fogo) cai na circulação e vai obstruir vasos à distância do local onde se formou ou penetrou.
Embolização
É o ato médico feito para ocluir de forma intencional e controlada uma determinada parte da circulação, com objetivo de tratar determinadas doenças como aneurismas, malformações arterio-venosas, tumores e outros.
Embolização Uterina
É um procedimento que tem por objetivo o tratamento minimamente invasivo do MIOMA UTERINO, seja ele único ou múltiplo, preservando o útero.
O Mioma é um tumor benigno que atinge a parede do útero, que pode ter como sintomatologia a dor pélvica, sensação de peso, excesso de sangramento menstrual, podendo causar anemia importante, cólicas e urgência miccional (ter que urinar várias vezes em curtos intervalos de tempo). Alguns miomas podem também ser fator causal de infertilidade (dificuldade para engravidar ou para levar uma gestação ao termo).
O tratamento tradicional pode ser hormonal ou cirúrgico, fazendo a retirada do mioma ou do útero como um todo (histerectomia).
A embolização é feita utilizando-se um micro-cateter que é introduzido na artéria uterina, ocluindo de forma seletiva a rede arterial que nutre o mioma, de modo a matá-lo. Ele vai então progressivamente diminuir de volume, aliviando de imediato a sintomatologia.
Alguns tipos de mioma, os submucosos, que estão praticamente dentro da cavidade uterina, podem eventualmente ser expulsos, inteiros ou aos pedaços, causando um corrimento que dura alguns dias. Outros, os subserosos pediculados, que estão ligados ao útero apenas por uma faixa de tecido, não devem ser submetidos a embolização, sendo melhor tratados por ressecção laparoscópica.
Em uma variação anatômica que aparece em algumas mulheres, a circulação do ovário pode ser dependente da artéria uterina. Assim, nos raros casos em que isso se dá de ambos os lados, a embolização pode atingir os ovários causando uma menopausa precoce. Mas isso é uma situação rara, que ocorre em porcentagem menor que 1% dos casos.
No geral, a embolização uterina é um procedimento seguro, bem menos agressivo que uma cirurgia, e que tem bons resultados a curto e a longo prazo.
Endoprótese
Tubo geralmente constituído de armação metálica (stent) e tecido, que é introduzido e implantado no interior de um vaso para tratar uma desordem, quase sempre um aneurisma.
Enxerto
Em cirurgia vascular o termo equivale a bypass ou ponte.
Erisipela
É uma infecção bacteriana, quase sempre causada por um Streptococo. Este penetra a pele por meio de uma porta de entrada, em geral uma lesão no pé do tipo uma frieira, uma rachadura no calcanhar, um ferimento causado por espinho, prego, etc. A bactéria se instala no tecido subcutâneo e se reproduz rapidamente, causando quase sempre febre, calafrios, edema (inchaço) e vermelhidão. Podem aparecer bolhas. É importante iniciar logo o tratamento com antibióticos, e é fundamental o repouso com elevação do membro afetado (geralmente na perna, pode aparecer também no braço). A erisipela é uma linfangite ataca os vasos linfáticos podendo causar uma destruição importante dos mesmos. Se não for tratada adequadamente pode deixar sequelas, como o linfedema. Depois do primeiro episódio de erisipela é mais fácil ter o segundo, o terceiro, e assim por diante. Para prevenir a repetição do quadro, temos que fechar as portas às bactérias: fazer higiene muito criteriosa dos pés, lavando e secando bem os interdígitos; tratar as micoses; usar cremes hidratantes para evitar as rachaduras; não andar descalço ou usar chinelos de dedo; tratar adequadamente qualquer lesão que apareça. A antibioticoterapia profilática (preventiva) utilizada no passado não se mostrou eficaz. Se persistir a tendência da perna inchar, é importante também a utilização de meias elásticas. A orientação do médico é fundamental.
Estase Venosa
Termo empregado quando há dificuldade no retorno venoso, o qual se torna lento, com aumento da pressão venosa, gerando sinais e sintomas.
Filtro de Cava
Em situações em que há risco acentuado de ocorrer uma embolia pulmonar (TEP), por exemplo quando há trombose (TVP) nas pernas e não pode ser instituído tratamento anticoagulante por algum motivo, indica-se a colocação de um filtro na veia cava inferior, cuja função é evitar que trombos que eventualmente se desloquem possam atingir a circulação pulmonar.
Fístula Artério-Venosa para Hemodiálise
A hemodiálise é um processo de filtração do sangue realizado por uma máquina, que substitui assim a função dos rins doentes ou insuficientes, de maneira transitória ou definitiva. Para promover esta filtração é necessário que um volume considerável de sangue seja aspirado e devolvido à circulação do doente, volume maior do que corre normalmente pelas veias periféricas. Quando há necessidade de fazer diálise em caráter de urgência, o nefrologista coloca um cateter de dupla via cuja extremidade encontra-se numa veia central do corpo, de onde pode ser aspirado e devolvido o fluxo sanguíneo necessário.
Para um acesso para hemodiálise crônica, ou seja, realizada por meses ou anos, o que se faz é a
fistula artério-venosa. Esta é realizada através de uma pequena cirurgia que faz, geralmente no braço, uma comunicação entre uma veia periférica e uma artéria. Deste modo a veia recebe um fluxo muito maior de sangue ela vai se desenvolver, aumentar de calibre, e dentro de algum tempo pode ser utilizada para o tratamento de hemodiálise.
É importante que este braço (o da fístula) seja usado apenas para a diálise nele não se deve colher exames de sangue, medir a pressão ou qualquer outra intervenção que possa prejudicar a FAV. Esta deve ser periodicamente avaliada pelo nefrologista ou pelo cirurgião vascular, para evitar que alterações progressivas possam levar à sua obstrução.
Flebite
É a inflamação de uma ou mais veias, que ocorre geralmente em associação a algum grau de trombose (tromboflebite).
Infarto (ou enfarte)
Ocorre quando há morte de parte de um tecido por falta de sangue no mesmo. São muito falados o infarto do miocárdio (no coração) e o do cérebro (também chamado de derrame ou acidente vascular cerebral) mas pode ocorrer em diversos outros órgãos.
Linfático
Uma parte do líquido que segue pelas artérias fica aí banhando os tecidos - é a linfa, que deve depois sem drenada e devolvida à circulação venosa. Este trabalho é feito pelos vasos linfáticos. Linfangite é a inflamação destes.
Linfedema
Edema (ou inchaço) originado por dificuldade na drenagem da linfa. Pode ser causado por traumas, infecções, tumores e outros. Existe também o linfedema congênito. Um dos recursos do tratamento é fisioterápico, a Drenagem Linfática.
Pé Diabético
O diabetes mellitus é uma doença que afeta inúmeros órgãos e sistemas do organismo humano. Uma condição comum que aparece no diabetes mal controlado é a chamada neuropatia diabética. São afetados os nervos periféricos causando inicialmente uma sensação de formigamento ou queimação que afeta principalmente os pés. Com o tempo, a sensibilidade diminui progressivamente, chegando por vezes à ausência total da mesma. Isso acaba sendo um problema muito sério: se temos qualquer lesão ou ferimento nos pés, imediatamente tomamos conhecimento dele através da dor. Nos portadores de neuropatia diabética esse mecanismo de defesa não funciona. Além disso, é freqüente a associação do diabetes mal cuidado com a perda progressiva da visão. O que acontece então é que o doente só vai tomar conhecimento do seu ferimento quando uma infecção grave já se instalou, por vezes por causa do mau cheiro. Em associação à neuropatia, contribuem para a gravidade desta condição os problemas circulatórios, que dificultam o combate às infecções e a cicatrização; e os problemas ortopédicos (o chamado pé de Charcot), uma deformidade que se instala pelas alterações do tônus muscular no pé do diabético, causando alterações nos pontos de apoio dos pés, levando frequentemente a úlceras plantares, o chamado mal perfurante plantar.
A melhor abordagem no pé diabético é a prevenção, sendo medidas importantes:
- o controle rigoroso dos níveis glicêmicos, através da dieta e medicação.
- os cuidados locais com os pés como: higiene rigorosa, cuidados adequados com as unhas, uso de hidratantes na pele ressecada, evitar sandálias de dedos, uso de calçados macios sem costuras no interior.
- realizar uma inspeção diária nos pés, olhando as extremidades, os vãos dos dedos, o calcanhar, a planta e o dorso dos pés (pode ser necessária a ajuda de um familiar).
- se detectada uma lesão mesmo que inicial, por pequena que seja, procurar o médico para orientação e tratamento.
Safena
É uma veia longa, do sistema venoso superficial dos membros inferiores (pernas). Por suas características, pode ser retirada e utilizada como substituto de outros vasos ("ponte de safena"), desde que não exista doença do sistema venoso profundo da mesma perna.
Stent
Armação metálica que é implantada no interior de um vaso sanguíneo para mantê-lo aberto. É utilizado geralmente em associação com o balão de angioplastia. É introduzido fechado, através de um cateter. Pode ser auto-expansível, ou expandido pelo próprio balão.
Tratamento Endovascular do Aneurisma de Aorta Abdominal
O aneurisma de aorta é uma doença grave e potencialmente fatal. Se uma ruptura ocorre, ocasiona uma grande hemorragia interna que, na maioria das vezes, leva à morte.
Sabe-se por diversos estudos que o risco de romper um aneurisma de aorta aumenta com o seu diâmetro, tornando-se significativo a partir de 5 cm (o calibre normal da aorta abdominal é ao redor de 2,0 a 2,5 cm). Até este tamanho costuma-se seguir clinicamente as dimensões do aneurisma, através de exames de imagens repetidos anualmente (ultra-som, tomografia ou ressonância).
O tratamento tradicional é o cirúrgico, por técnica denominada endoaneurismorrafia, utilizada há muitos anos e que tem bons resultados. É, no entanto, uma cirurgia de grande porte, feita sob anestesia geral, a qual exige bom estado clínico do paciente para suportá-la e recuperar-se sem complicações maiores. A faixa etária mais susceptível aos aneurismas é a dos septuagenários; são poucos, nesta idade, os que têm condição clínica adequada a uma cirurgia deste tipo. A concomitância com doenças coronárias, por exemplo, é expressiva.
Nos últimos anos têm sido desenvolvidas técnicas de tratamento endovascular dos aneurismas, as ENDOPRÓTESES. Estas constituem um avanço muito grande no tratamento desta patologia pois tornam o procedimento minimamente invasivo. A aorta é acessada através de pequenas incisões ao nível das artérias femorais (na virilha), sob raqui-anestesia, ou mesmo local. Por técnicas de cateterismo a endoprótese é introduzida, fechada, até o nível desejado, sob controle radioscópico, onde ela é aberta e fixada. A permanência em UTI e no Hospital é reduzida significativamente. É uma cirurgia muito melhor tolerada por pacientes que têm outras doenças. Apesar disso, ela é também uma cirurgia trabalhosa, e que pode ter complicações como qualquer outra. As mais comuns são os fenômenos trombo-embólicos, os hematomas, a insuficiência renal. Há ocasiões em que é necessário converter o procedimento endovascular para o tratamento cirúrgico tradicional. Em certa porcentagem dos casos, depois de decorrido algum tempo da implantação da endoprótese, torna-se necessária algum tipo de intervenção secundária para corrigir problema que permaneceu após o implante, ou que apareceu depois, pela remodelação da aorta após a correção do aneurisma (o tecido humano é dinâmico e se modifica com o tempo). Por isso é fundamental que se façam controles periódicos com tomografias após a correção endoluminal do aneurisma.
Em um estudo multicêntrico realizado em vários serviços da Europa e dos Estados Unidos, com 2664 pacientes submetidos a tratamento de aneurisma de aorta abdominal com endoprótese, verificou-se que, em 5 anos, houve 5% de conversões para cirurgia aberta; cerca de 20% de reintervenções endovasculares. Mas 99% dos pacientes ficaram livres de uma ruptura de seu aneurisma.
Trombose
É a formação de coágulo sanguíneo (trombo) dentro de um vaso (artéria ou veia). Dependendo da localização pode ter maior ou menor risco, necessitando às vezes de tratamento cirúrgico de urgência, em outras, de tratamento clínico domiciliar ou hospitalar.
TVP
A trombose venosa profunda é a formação de coágulos sanguíneos no interior das veias profundas das pernas ou outras localizações, dificultando ou mesmo impedindo o retorno venoso. Causa edema, desconforto e dor, dependendo da extensão do quadro. A maior gravidade da TVP está relacionada à sua principal complicação, a embolia pulmonar (TEP), que ocorre quando trombos (coágulos) se desprendem e vão obstruir a circulação pulmonar, podendo levar à morte. A incidência da TVP está relacionada a fatores de risco como:
Idade: é mais comum após os 40 anos de idade.
Imobilidade: o retorno venoso depende em grande parte da atividade muscular. Assim os indivíduos acamados após traumas ou cirurgias, os paraplégicos, os que apresentam sequelas motoras de AVC, apresentam incidência importante deste agravo. Proporcionalmente, os sedentários e as pessoas que fazem viagens longas também têm aumento desta ocorrência.
Obesidade: dificulta o retorno venoso.
Hormônio feminino (estrógeno): os anticoncepcionais hormonais (todos) e a reposição hormonal causam alterações sanguíneas que facilitam a coagulação intravascular. Cabe avaliar a presença de outros fatores de risco, e evitar sua utilização por longos intervalos de tempo.
Cigarro: além de aumentar a viscosidade sanguínea, agride a parede dos vasos.
Cirurgias: principalmente as ortopédicas (quadril, joelho), pela imobilidade e alterações sanguíneas.
Gravidez e puerpério: o útero aumentado comprime grandes veias abdominais dificultando o retorno venoso das pernas. Também contribuem as alterações sanguíneas e aumento do peso.
O diagnóstico da TVP ficou enormemente facilitado após o aparecimento do eco-doppler, um exame não invasivo que faz o diagnóstico e define a extensão do acometimento. O tratamento pode ser através de medicação, ou por vezes invasivo, através de procedimentos endovasculares, na dependência da extensão (veja tópico sobre anticoagulação). A dissolução total dos trombos leva meses. Devem ser utilizadas meias elásticas durante o tratamento e algum tempo após. A presença de sequelas vai depender da extensão do quadro e do tratamento correto ser instituído o mais rápido possível.
Trombofilia
É a tendência que algumas pessoas têm, por alterações sanguíneas, a desenvolver trombose. Pode ser congênita (por herança genética) ou adquirida. Em geral se recomenda a pesquisa de trombofilia quando há um episódio de trombose sem causa aparente, quando uma pessoa apresenta 2 ou mais episódios ou quando aparecem vários casos na mesma família.
Varizes
São veias, em geral nas pernas, que se apresentam dilatadas e com o fluxo dificultado, às vezes invertido, causando aumento da pressão em seu interior. As varizes dos membros inferiores são muito frequentes: estima-se que cerca de 50% das mulheres adultas sejam portadoras, em algum grau. Felizmente a grande maioria não atinge estágios que causem sintomas ou mesmo complicações. O grande incômodo é, então, o estético.
Têm causas como: hereditariedade, obesidade, sedentarismo, gravidez, fator hormonal e outros; as veias se dilatam, as válvulas que direcionam o fluxo tornam-se insuficientes, este fluxo por vezes se inverte, a pressão venosa local aumenta, formando-se assim as varizes. Não se deve confundi-las com as teleangiectasias, que são vênulas dérmicas dilatadas (os vasinhos azuis), que são um transtorno só estético não complicam, não viram varizes, raramente causam sintoma. Existem varizes secundárias a algum outro transtorno, como por exemplo, a problemas do sistema venoso profundo. A avaliação do quadro deve ser sempre criteriosa, sendo muito útil o estudo venoso com o eco-doppler, que faz um mapa da circulação venosa de cada perna como um todo, dando ao médico as informações necessárias para determinar o melhor tratamento.
Quando as varizes se tornam descompensadas começam a aparecer sintomas e sinais como edema, sensação de peso, dermatite ocre (manchas marrons no tornozelo), perda de pelos, eczema (vermelhidão localizada com coceira). O tratamento correto deve ser instituído antes que apareçam as complicações como a tromboflebite superficial, sangramentos, ou a úlcera de estase.
Veia
Vaso sanguíneo que transporta o sangue de volta dos tecidos ao coração; nas pernas, este fluxo deve ter sentido sempre ascendente, e nunca o inverso.